A União Europeia publicou nesta quarta-feira (22/05) a classificação de risco por país no âmbito do Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR). O Brasil — incluindo o café — foi enquadrado como risco médio.

Essa classificação impacta diretamente a frequência de auditorias nas exportações:

  • Risco alto: 9% dos volumes auditados
  • Risco médio: 3%
  • Risco baixo: 1%, com processo de due diligence simplificado

Segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), essa definição não surpreendeu, mas coloca o país atrás de concorrentes como Vietnã, Índia, Costa Rica e Quênia, que foram classificados como baixo risco.

A classificação aumenta a exigência de rastreabilidade e geolocalização das áreas produtoras. O Cecafé destaca que o georreferenciamento em alta resolução do parque cafeeiro brasileiro é essencial para comprovar a ausência de desmatamento após dezembro de 2020, conforme pede o EUDR.

Além disso, a regulamentação plena do Código Florestal, o aprimoramento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o combate ao desmatamento são apontados como fatores decisivos para elevar a competitividade do café brasileiro no mercado europeu.

O Cecafé afirma que mantém diálogo direto com a Comissão Europeia e poderá apresentar dados técnicos para tentar reverter o status de risco médio. A expectativa é que, futuramente, a avaliação por país evolua para uma análise regionalizada, o que abriria espaço para regiões brasileiras com produção sustentável serem reconhecidas como de baixo risco.