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Caros amigos do café,
É com grande prazer que apresentamos a vocês o nosso Boletim Semanal do Café, trazendo as informações mais relevantes do mercado para manter vocês sempre atualizados. Neste boletim, vocês encontrarão os destaques da semana anterior, análises de mercado, algumas estatísticas e muito mais. Acreditamos que essa fonte de conhecimento irá ajudá-los a tomar decisões mais informadas e até a apreciar ainda mais a nossa amada bebida.
Vamos aos detalhes!
Mercado físico:
Tivemos uma semana de leve alta para o conilon, enquanto o arábica teve leve baixa. Seguimos com um cenário onde o conilon trabalha como um piso para as cotações do arábica (principalmente o bebida rio) enquanto o arábica rio serve de teto para as cotações do conilon. Negociações seguem em ritmo lento, apesar de terem acelerado na última semana.
Com mais uma semana favorável para a colheita do arábica, que chega à reta final, a consultoria Safras & Mercado aponta que já estamos com 80% da safra colhida. O ritmo é mais lento tanto em relação ao ano anterior como em relação à média dos últimos 5 anos (84% e 86% respectivamente). Até o momento o Cerrado Mineiro apresenta o menor número, em apenas 70%. Já o conilon está com 96% da safra colhida, com os trabalhos já praticamente finalizados.
Exportações:
De acordo com dados da Cecafé, tivemos um aumento nas exportações brasileiras, com movimento mais expressivo no conilon, que teve crescimento de 245% em relação a julho de 2022. Já o arábica teve crescimento mais discreto, de +6%. Com indústrias abastecidas, o preço no mercado internacional volta a ficar mais interessante para o produtor, e o Brasil abastece os mercados globais enquanto o Vietnã possui oferta limitada. A nova safra do Vietnã tem início de colheita em outubro, então até lá provavelmente teremos preços mais altos para o café robusta. Por outro lado, indústrias brasileiras migram para o arábica em razão da pequena diferença de preços, que está em torno de R$80 entre o conilon e o arábica rio.
Mercado futuro:
Café arábica em NY fehou a semana com queda de 2,20%, enquanto o robusta em Londres subiu 2,30%, reduzindo ainda mais os descontos do robusta nos mercados futuros. O desconto atualmente é de 23,2%, nas mínimas dos últimos anos, em patamares não vistos desde junho/17 (gráfico abaixo).
Desconto do Robusta em relação ao Arábica (Londres vs NY)
Previsão do tempo:
Sem novidades, continuamos com previsão de poucas chuvas no Espírito Santo e no sul da Bahia, enquanto temos tempo seco em Minas Gerais e São Paulo. Há previsão de chuvas volumosas no sul do país, tanto nesta semana como na semana que vem. As temperaturas seguem levemente acima da média histórica, porém em menor grau em relação ao que vimos nas últimas semanas.
Já pelo mundo, Colômbia e Vietnã, grandes produtores de Arábica e Robusta, respectivamente, devem receber volumosas chuvas durante a próxima semana. É importante monitorar se as chuvas serão em quantidade benéfica para os cafés, já que ambos os países se aproximam de suas colheitas (a Colômbia possui duas colheitas ao longo do ano, sendo esta próxima a secundária).
Mercado financeiro:
Ata do Comitê de Política Monetária veio em tom mais duro do que o mercado acredita. De acordo com a ata, o ritmo de corte de 0,50 p.p. será mantido nas próximas reuniões, enquanto do BC avalia novos dados da economia. O mercado, por outro lado, precifica cortes maiores na taxa básica de juros, apostando que o BC acelera o corte para 0,75 p.p. em alguma reunião ainda este ano. Com 3 reuniões ainda em 2023, mantendo o ritmo de 0,5 p.p. chegaríamos ao final do ano com 11,75%, contra 11,00% ~ 11,25% precificados pelo mercado hoje.
Nos EUA, dados de inflação ao produtor vieram ligeiramente acima das expectativas (0,3% vs 0,2%), fazendo subir os futuros de juros americanos, que ainda precificam manutenção da taxa básica na próxima reunião do FED em 20 de setembro.