A CONAB divulgou o 1º levantamento da safra 2024/2025 nesta quinta-feira, dia 18. Segundo o levantamento, a previsão da safra brasileira de café em 2024 é de 58,08 milhões de sacas, indicando uma bienalidade positiva com um aumento de 5,5% em relação a 2023. O levantamento da Conab destaca que as adversidades climáticas afetaram as safras de 2021 e 2022, mas condições mais favoráveis em 2023 iniciaram uma recuperação. A área total destinada à cafeicultura cresceu 0,8%, totalizando 2,25 milhões de hectares. A produtividade média nacional é estimada em 30,3 sacas por hectare, sendo 26,7 scs/ha para arábica (2% de aumento) e 44,3 scs/ha para conilon (6,2% de aumento). Segue tabela comparativa abaixo:
Com base no boletim, as condições das lavouras por estado são as seguintes:
Café arábica
- Minas Gerais: as lavouras se encontram em condições classificadas entre regulares e boas, majoritariamente. As principais variáveis climáticas de interesse para a cultura, pluviosidade, temperatura média e luminosidade, estão oscilantes entre as fases do ciclo, até então. A perspectiva da bienalidade positiva eleva as estimativas de produtividade, se comparadas à temporada passada, assim como uma perspectiva inicial de incremento sobre a área em produção devido à adição de novas áreas ou lavouras reformadas que passarão a produzir nesse ciclo.
- Espírito Santo: a produção de café arábica se concentra majoritariamente na região sul do estado. As condições climáticas foram irregulares, com volumes abaixo da média histórica e temperaturas muito acima da média, trazendo alguns malefícios à cultura. Há registro de alta incidência de bicho mineiro em algumas lavouras, acentuando ainda mais os danos sobre a cultura e o seu potencial produtivo na localidade. As perspectivas são de incremento tanto na área em produção quanto na produtividade média, ambas em comparação com a temporada passada;
- São Paulo: as condições se apresentaram relativamente favoráveis à cultura, exceção feita a alguns períodos de escassez de chuvas e outros com altas temperaturas. A perspectiva é de incremento tanto na área em produção quanto na produtividade média, ambas em comparação com a temporada passada;
Café conilon
- Espírito Santo: O estado do Espírito Santo, reconhecido como um importante produtor de café conilon, enfrentou condições climáticas desafiadoras no início da safra. Entre agosto e setembro de 2023, altas temperaturas e chuvas esparsas impactaram a cultura. O subsequente período de escassez de chuvas a partir de setembro gerou estresse hídrico em algumas lavouras. Contudo, as expectativas indicam melhorias nas condições edafoclimáticas para a frutificação e granação das plantas. Atualmente, as lavouras exibem bom desenvolvimento vegetativo, com folhagem densa, aspecto nutricional satisfatório e ausência de sinais significativos de infestações por pragas ou doenças.
- Rondônia: A cafeicultura em Rondônia, concentrada em várias regiões do estado, testemunhou avanços significativos nas últimas décadas. O uso de mudas clonais mais prolíficas resultou em lavouras homogêneas, precocidade na produção, uniformidade na maturação dos grãos e aprimoramento da qualidade. A adoção de práticas modernas, como manejo do solo, adensamento da lavoura, podas de condução, irrigação, manejo integrado de pragas e doenças, fertirrigação e monitoramento nutricional, contribuíram para um expressivo aumento na produtividade.
- Bahia: A produção de café conilon na Bahia é concentrada na região do Atlântico, no sul do estado, onde se observa um cultivo predominante em médias propriedades. Divididas em microrregiões como Extremo-Sul, Costa do Descobrimento, Litoral Sul e Baixo Sul, as lavouras na região são conhecidas por sua alta adaptabilidade e estão entre as mais produtivas do país. O manejo adotado, que inclui a prática difundida de ferti-irrigação, tem contribuído para a adaptabilidade e bom rendimento da cultura. Além disso, o sistema semimecanizado de colheita, utilizado em algumas áreas do Atlântico, destaca-se como outro fator relevante para a elevada produtividade.