Foi notícia na semana passada…

  • Frete marítimo internacional dobra com tensão no Oriente Médio: Os ataques do grupo houthi no Iêmen em janeiro resultaram em um aumento expressivo no custo do frete marítimo internacional, dobrando o preço médio para transportar 1 contêiner para US$ 3.070, impactando o comércio global e refletindo no Brasil com fretes mais caros, possivelmente influenciando inflação e desabastecimento. Veja mais em nosso site: zancafe.com.br/frete-maritimo
  • Incaper alerta sobre monitoramento de nova espécie de praga presente em lavouras de conilon: A proliferação da cochonilha do gênero Pseudococcus em plantações de café conilon no norte do Espírito Santo e sul da Bahia preocupa produtores, levando o Instituto Capixaba de Pesquisa a desenvolver estratégias de manejo, encorajando a comunicação dos produtores para mapeamento e orientações. Veja mais em nosso site: zancafe.com.br/incaper-alerta
  • Federação Europeia de Café divulga estoques no continente: A divulgação dos estoques mensais de café pela Federação Europeia destaca a queda consistente nos estoques de café robusta por sete meses consecutivos, indicando a possibilidade de reposição futura e reforçando a estratégia dos produtores vietnamitas de aguardar melhores preços. É essencial notar que esses números se referem principalmente aos portos europeus, excluindo estoques de outras indústrias e compradores na região. Veja mais em nosso site: zancafe.com.br/estoques-europa

Mercado futuro:

Mercados futuros fecharam a semana com ganhos. O arábica em NY fechou com 4,7% de alta, aos 193,95 centavos de dólar por libra peso, tendo operado entre 183,50 (-0,9%) na mínima e 195,75 (+5,7%) pontos na máxima. Já o robusta, fechou com alta de 4,5%, aos 3.269 dólares por tonelada, tendo operado entre 3.099 (-0,9%) na mínima e 3.325 (+6,3%) na máxima. Ambos mercados operam com curva futura invertida, em que os contratos com prazos mais curtos são mais valorizados que os prazos mais longos, indicando desequilíbrio na oferta no curto prazo. O desconto do robusta em relação ao arábica está nos 24%, menor patamar desde 2017, refletindo a dificuldade no abastecimento do robusta, conforme notícia acima sobre frete marítimo.

O gargalo logístico é fator altista para as cotações, com a situação do Canal de Suez prejudicando escoamento do Vietnã, Indonésia, Índia e Etiópia, ao passo que o baixo nível da água no Canal do Panamá prejudica outras rotas marítimas. Para as rotas que não são diretamente afetadas, os atrasos ocasionados em razão de rotas mais longas também aumentam os custos.

Mercado físico:

Semana de comercialização lenta, com ofertas dos compradores distantes das pedidas dos vendedores. Os preços subiram, porém pouco menos do que os mercados futuros. No momento o clima é monitorado de perto pelos agentes do mercado, que movimenta os preços conforme novas previsões vão surgindo.

No Vietnã, as exportações de café de 2023 caíram 8,7% em relação a 2022. Relatos de traders locais dão conta que produtores seguram as vendas aguardando preços melhores. Ritmo de vendas segue lento apesar de condições climáticas favoráveis para a colheita, que está na reta final. Preço local reportado é na faixa de R$900 a saca de 60kg.

Previsão do tempo:

Chuvas melhoram no Brasil, porém o calor de dezembro e início de janeiro foi muito intenso, prejudicando o potencial da safra 24/25. Previsão é de que tenhamos chuvas abundantes no norte de Minas Gerais, norte do Espírito Santo e Sul da Bahia, aliviando estresse hídrico de áreas de conilon.

Imagens de satélite indicam bom índice NDVI das áreas cafeeiras de Minas Gerais e São Paulo, apontando boa saúde das plantas. Já para o Espírito Santo o índice não é tão favorável, talvez um dos fatores que ajude a explicar a força do conilon nas últimas semanas.

Previsão de chuvas para os próximos 7 dias

Mercado financeiro:

Ao longo da semana tivemos divulgação de PIB dos EUA e índice de inflação tanto aqui no Brasil como também nos EUA. O PIB nos EUA surpreendeu, com alta de 3,3% no trimestre, ante 2,0% projetados pelo mercado. Já o índice de inflação PCE teve alta mensal de 0,2%, em linha com as projeções do mercado. Já no Brasil, o IPCA-15 mostrou alta menor do que a projetada pelo mercado (0,31% vs 0,47% no mês). Apesar do dado positivo, a inflação se mostrou mais disseminada do que em meses anteirores, e serviços tiveram aceleração na alta dos preços, pontos de atenção que reforçam as projeções de queda de apenas 0,5 p.p. nas próximas reuniões do COPOM.