Caros amigos do café,
É com grande prazer que apresentamos a vocês o nosso Boletim Semanal do Café, trazendo as informações mais relevantes do mercado para manter vocês sempre atualizados. Neste boletim, vocês encontrarão os destaques da semana anterior, análises de mercado, algumas estatísticas e muito mais.
Vamos aos detalhes!
Mercado físico:
Semana de preços estáveis, com o movimento de valorização do Real neutralizando as altas nas bolsas de NY e Londres. A comercialização segue em ritmo lento, com produtores vendendo à medida que necessitam de caixa para arcar com despesas.
Exportações do mês de agosto caminhando para o melhor número do ano, corroborando a ideia de que a safra brasileira é de fato grande, e o que acontece nas últimas semanas é uma migração da comercialização visando atender o mercado externo, deixando o mercado interno pouco movimentado. Especificamente sobre o conilon, a previsão é que a exportação seja a maior desde setembro de 2020. Isso ocorre porque a comercialização do Vietnã está mais difícil, já que há pouco café disponível (a colheita da safra começa entre outubro e novembro), o que eleva os preços desta origem, e no momento as indústrias brasileiras não fazem frente aos preços praticados no mercado externo. Assim, o Brasil volta a ser um importante fornecedor de conilon para o mundo.
Mercado futuro:
Semana de leve alta nas bolsas, 2,1% para o arábica em NY e 3,1% para o robusta em Londres. A queda do Dólar frente ao Real (-1,8%) atenuou a movimentação das bolsas, fazendo com que a alteração dos preços em reais tenha sido bastante reduzida. O mercado segue olhando para a safra de 2024, em que se espera uma safra grande, mas ainda abaixo da safra recorde de 2020, principalmente por causa de poucas chuvas nesse inverno e o fato dos níveis atuais de preços incentivarem produtores a renovarem seus cafezais,
Do outro lado do mundo, no Vietnã espera-se uma safra cerca de 7% menor que no ano passado, sendo a menor safra dos últimos 4 anos. Além de fatores climáticos, há relatos de muitos produtores migrando para plantações mais rentáveis e menos sensíveis ao clima,
Previsão do tempo:
Previsão de boas chuvas no sudeste brasileiro, especialmente Rio de Janeiro, Espírito Santo, bem como leste e sul de Minas Gerais. As temperaturas se aproximam da média histórica, mostrando um quadro mais favorável para a safra de 2024, ao menos no Brasil.
Mercado financeiro:
Indicadores antecedentes de atividade econômica na Europa estão em níveis baixos, o que por um lado mostra que as altas taxas de juros estão fazendo efeito, porém a inflação continua alta na Zona do Euro, colocando dúvida sobre o tamanho do aperto monetário necessário. Já nos EUA, discursos de membros do FED na semana passada derrubaram os mercados, pois ressaltaram que o mercado de trabalho segue muito forte, e não é possível reduzir juros nesse cenário, indicando que podem aumentar a taxa de juros básica da economia, e mantê-la alta por bastante tempo, com um diretor do FED dizendo que só vê queda de juros em 2025.
Já no Brasil, tivemos divulgação do IPCA-15, com alta acima das expectativas (0,28% vs 0,17%), com alta na inflação de serviços, ponto mais observado pelo Banco Central no momento para considerar o tamanho da queda dos juros no ciclo atual. Porém, o mercado segue apostando em uma queda da Selic maior do que o BC aponta no momento (o mercado espera queda de 1,75pp a 2,00pp, enquanto o BC por enquanto fala em manutenção do ritmo, o que levaria a uma queda de 1,5pp).