Segundo informações da Safras&Mercado, até o dia 12 de março, os produtores brasileiros já haviam comercializado 93% da safra de café 2024/25, marcando um avanço de 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior. O ritmo das vendas é mais acelerado que no ano passado, quando 84% da safra havia sido negociada no mesmo período, e também supera a média dos últimos 5 anos (86%).
O relatório explica que a volatilidade climática ajudou a acelerar as vendas, com os produtores aproveitando os picos de preço. No entanto, eles permanecem cautelosos, aguardando uma definição sobre a safra 2025 e atentos a oportunidades ocasionais com compradores mais agressivos.
As vendas de café arábica atingiram 91%, superando tanto o ano passado (80%) quanto a média dos últimos 5 anos (84%). Já as vendas de café canéfora (conilon/robusta) chegaram a 97%, com pouco café restante nas mãos dos produtores.
A escassez de café disponível deve continuar a sustentar as cotações firmes, e os produtores devem seguir com cautela, ajustando seus estoques até a chegada da nova safra. A expectativa é que a oferta curta e a safra de arábica menor ajudem a amenizar a pressão sazonal sobre a oferta.
Vendas da Safra 2025/26 Atingem 13% do Potencial Produtivo
A previsão preliminar de Safras & Mercado indica que as vendas da safra de café 2025/26 estão em torno de 13% do potencial produtivo, com as negociações de arábica representando 19% da safra. Esses números estão abaixo da média dos últimos 5 anos, quando as vendas chegaram a cerca de 22% do potencial produtivo.
Gil Barabach destaca que as vendas da nova safra seguem lentas, principalmente devido ao fraco fluxo de negócios com café canéfora. O receio climático, com a diminuição das chuvas e as baixas temperaturas recentes, tem esfriado os ânimos dos vendedores. Além disso, o preço da safra nova, inferior ao atual, limita as vendas antecipadas. A expectativa é que o ritmo de vendas continue lento até a entrada da nova safra, e a aceleração natural da oferta será menor, já que os produtores necessitam de menos café para cobrir seus custos, especialmente os da colheita.